quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tremores de Terra - Causas e Processos

     Os terremotos ocorrem quando rochas tensionadas se rompem ao longo de uma falha, emitindo vibrações (ondas sísmicas) com alto poder de destruição. A explicação para o rompimento dessas rochas se dá com a Teoria do Rebote Elástico. Ela diz que uma rocha de resistência específica, ao ser tensionada por uma força, vai se deformando até chegar a um ponto crítico. Quando este ponto é ultrapassado, ocorre a ruptura da rocha, com um determinado deslocamento (chamado de rejeito), e deste modo a tensão é aliviada e a rocha volta a sua forma original. A energia acumulada pela deformação da rocha ao longo do tempo é liberada no momento da ruptura na forma de ondas sísmicas. Infelizmente, é grande a complexidade dos fenômenos sísmicos, e a Teoria do Rebote Elástico não é suficiente para prever um terremoto.

     Outros acontecimentos que não são explicados pela teoria acima são, por exemplo, os abalos precursores e os abalos secundários. Os abalos precursores são abalos de baixa magnitude que ocorrem antes e próximos do foco (lugar no interior da Terra onde começou o deslocamento, enquanto o epicentro é o lugar na superfície da Terra que está diretamente sobre o foco) de um tremor de maior
magnitude. Já os abalos secundários são aqueles  que ocorrem depois e no mesmo plano da falha do terremoto de maior magnitude. Esses abalos podem ser identificados e quantificados por meio de sismógrafos, que são aparelhos feitos para registrar as ondas sísmicas (em sismogramas).
Simógrafo (Fonte:www.google.com)
Sismograma (Fonte:www.google.com
     Há dois tipos de ondas sísmicas, sendo elas as de corpo e as de superfície. As ondas de corpo são aquelas que se propagam no interior da Terra e as ondas de superfície são as que se propagam na superfície. As ondas de superfície são as responsáveis pelos enormes estragos causados pelos terremotos. Elas são divididas em dois tipos , sendo que em um deles o chão é movido para cima e para baixo (tipo Raylegh) e no outro o chão é movido de um lado para o outro (tipo Love).

     Ao observar os mapas dos limites das placas tectônicas e dos epicentros dos terremotos, fica evidente que a maioria dos abalos ocorre em limites de placas, não importando se eles são divergentes, transformantes ou convergentes. Geralmente, esses terremotos são causados por sistemas de falhas, que são redes de falhas conectadas (com uma falha principal e várias secundárias). Entretanto, há também terremotos intraplaca, que costumam ser causados por falhas que já estiveram em limites de placas, e que agora são zonas de fraqueza.
     A destruição causada por terremotos é devastadora e vai muito além dos danos causados pelas ondas sísmicas. Há também efeitos secundários, como deslizamentos de terra, desmoronamentos, tsunamis, danos nas redes de água, energia elétrica e gás.
     Portanto, é necessário calcular o perigo sísmico, que é a medida da intensidade das vibrações e do falhamento em áreas específicas a longo prazo, e o risco sísmico, que relaciona o perigo sísmico com o prejuízo financeiro sofrido em determinada região. Sabendo-se os locais de alto perigo sísmico, é necessário então restringir construções em zonas de falhas ativas e projetar prédios de acordo com o código de obras local, para prevenir maiores estragos. Deve-se também aprimorar os meios de comunicação, para que a população seja avisada antes que as ondas de superfície cheguem e para que equipes de emergência cheguem mais rapidamente aos locais mais destruídos.
     Prever terremotos é o maior desafio dos sismólogos atualmente. Previsões a curto prazo são raras, mas possíveis através da identificação de abalos precursores. Previsões a longo prazo são feitas a partir da Teoria do Rebote Elástico, mas mostram erros de até 50%. Previsões a médio prazo tem se tornado as mais animadoras recentemente, pois os avanços tecnológicos nos permitem alcançar uma maior precisão. 


Fonte: Observatório Simológico da UnB
     O quadro acima mostra o enorme número de tremores de terra que acontecem por ano, relacionando com a magnitude e comparando com a quantidade de energia liberada. Repare que o número anual de terremotos é bastante grande, e que os terremotos de grande magnitude (>6) não são tão raros como se pensa. Uma observação relevante, porém é a de que os terremotos de maior magnitude estão ficando mais frequentes, e os pesquisadores ainda buscam explicações para isso.
     
    

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